Dois mil e onze chegou com a mulesta dos cachorro. E com ele as esperanças são renovadas, bem como o desejo de começar de novo surge na mente de várias famílias. Uma nova casa, um novo carro, um novo emprego, um novo afeto, enfim, desejos de melhoria em suas vidas. Boa parte das pessoas consegue atingir essas metas, pois seguem regras estabelecidas por elas próprias, alcançando assim seus objetivos. Outras, porém, esperam o início do ano seguinte para tentar pô-las em prática. Pudera ser, tendo em vista que foram fatos programados, tenham eles dado certo ou não.
Contudo, existe um grupo de pessoas que, entra ano, sai ano apertam o botão “restart”. Começam de novo por que perderam tudo: casa, móveis, documentos, objetos, e o pior de tudo, perderam outras pessoas. Pessoas próximas como amigos e parentes. Perdem suas identidades e seu direito ao bem-estar. Eles clamam por uma moradia digna de se viver. Perdem tudo.
As chuvas de verão ocorrem intensamente no início do ano na região sul e sudeste do Brasil. É uma característica climática e por isso com uma grande probabilidade de que aconteçam todos os anos.
E por que as autoridades são pegas de surpresa? Por que medidas não são tomadas nos meses de estiagem? “Fulano declara estado de emergência na Cidade tal”, “Cicrano lamenta o acontecido” Quem lamenta, meu caro, são aquelas homens de bem que pedem ajuda e choram a dor daquela perda, seja ela material, seja ela imaterial. Dói sair de casa às 5 horas da manhã, enfrentar um transporte público defeituoso e lastimável, uma cidade violenta e desigual.
Ora, o problema não está no fato de as chuvas caírem e encharcarem a terra, o problema é de cunho social e tem nome: Habitação. No Brasil, “o sonho da casa própria” muitas vezes termina em pesadelo.
É sabedor que as cidades do Brasil crescem sem nenhum planejamento, por menor que seja. Crescem sem controle, carregando com elas o inchaço de quase todas as mazelas que cidades podem trazer.
Onde estão as políticas publicas? Onde está o crescimento do país? No bolso de quem?
Calamos-nos por muito pouco. Contentamos-nos com muito pouco. As “bolsas” da vida podem até amenizar a fome de alguns, mas não fazem o país avançar. Não confundam política assistencialista com política social. Ambas remetem a diferentes obstáculos.
Estamos prestes a sustentar uma olimpíada e uma copa do mundo. Terra para atender as obras não faltará. Estarão nas ruas e dentro das casas de famílias. Só façam o favor de tirar os entulhos, porque quem vem de fora não gosta de sujeira.
Por Willen F. Lobato e Joanna Guerra
Nem precisava do texto...a charge ja fala tudo. kkkk
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