quarta-feira, 8 de junho de 2011

O "estrupo" do português na net.

            A internet sem dúvida nenhuma é uma das maiores invenções de todos os tempos e mostra como nada, o avanço no sistema de comunicação mundial. Porém sua popularização deixa transparecer coisas que de certa forma nos leva a algumas preocupações.  Essas preocupações ficam expostas principalmente nas redes sociais como o twitter, Orkut e facebook. Tentarei mostrar aqui as principais aberrações que se destacam:

            Inicialmente não poderia deixar de falar de como existem pessoas que não sabem escrever. Isso é um dado preocupante, pois acaba demonstrando a qualidade do ensino brasileiro e a falta de preocupação no que se refere ao uso correto da língua portuguesa (porém, segundo o MEC, o que importa é que se entenda o que foi passado). É impressionante a quantidade de erros. Citarei os mais comuns: O esquecimento da letra “R” depois do verbo no particípio é no mínimo irritante. “Eu vou canta hoje”, “vou ir buscar minha irma na escola depois eu vo anda de bike”, “to cm fome, vou come rs”. Outro erro mais irritante ainda é o uso do “com certeza”. COM CERTEZA É SEPARADO. Você tem a certeza de algo, está com a certeza de alguma coisa e não “concerteza”. Pior ainda é quando é escrito com “M”: “coMcerteza”, por que aí estupra mais ainda português, já que uma das primeiras coisas que aprendemos no ensino infantil é que a letra M é usada somente antes de P e B. Ainda não sei por que, mas é assim que a regra manda, e é assim que temos que usar.  Quer ver a quantidade de erro como esse, vá à área de pesquisa do twitter e coloque, por exemplo, a palavra “coNpanheiro”: “Foi eu consegui Fugir Tô aqui e Denuciei + esse dai foi meu conpanheiro q encontraram !” Pode ser ao contrário também: “Ain ainda há esperamça de homens cavalheiros *----------* huhuahau”. Vocês ainda podem pesquisar palavras como “voçê”, “presizo”, “licensa”, etc. Sem falar no “para MIM fazer” “para MIM cantar”. Porraaaaaa... Você não é um índio para falar assim. Quem canta sou EU e não MIM, quem faz sou EU e não MIM. É para EU fazer e para EU cantar.

Outra coisas interessante no twitter é a questão da contagem das palavras mais digitadas no site, o famoso TT ou Trending Topics. Acho interessante por que conseguimos ver o quanto as pessoas não tem do que falar, do quanto falam besteira na NET. Qualquer coisa que acontece, para lá. Por exemplo: hoje na hora que estava fazendo esse texto os TTs do Brasil eram #Super8Secret, Eduardo & Mônica, #riovermelho, Ana Paula Padrão, #battisti, #planetaterra, Fla-Ritiba, Catherine Deneuve, Alexandre Gallo, Benzema. Realmente uma das coisas mais importantes do Brasil foi o “quase” erro de Ana Paula Padrão que quase chamava o Jornal da Record de jornal Nacional, ou a torcida do Flamengo secando o Vasco.

Criamos depois da internet alguns termos que quando usado em excesso se torna no mínimo ridículo. Letras maiúsculas misturadas com minúsculas em uma só palavra: “AaAaaadDdDdooOoOOooOoOroOOOo”; novos verbos criados como o “mitar”, que é usado quando se acerta algum palpite de um jogo, por exemplo; o uso indiscriminado de palavras em inglês totalmente fora do contexto como “first”, usado pra sair na página inicial de um tópico do Orkut e pra finalizar as palavras da moda, que infeizmente, muitas vezes sai do mundo virtual para o real como o termo “tenso”: “isso é muito tenso”, “aquilo é tenso demais”, etc.
O que realmente entristece é saber que esses erros não ocorrem somente na WEB. Eles ultrapassam as fronteiras digitais e entram no cotidiano da população. A quantidade de analfabetos funcionais no Brasil é de assustar, e o que parece uma brincadeira ou uma coisa normal em um mundo sem regra gramatical, como a internet, ajuda no crescimento desse número. Estamos criando pessoas sem a mínima capacidade de interpretar um texto, de entender uma simples frase. E se você não sabe ler (e quando digo ler estou me referindo a compreender o que está lendo) você não consegue ser bom em nenhuma outra disciplina, certamente vai ter dificuldade de aprendizado.

Às vezes me pergunto de quem é a culpa, se é do governo, que não investe como precisa na educação, se é das famílias que entregam as crianças na escola e não acompanham seu aprendizado, se é dos professores que não tem a motivação de ensinar. Porém mudo de idéia e digo que o que importa não é achar "o" ou "os" culpados, e sim uma solução, para que isso não vire a regra, ao invés da exceção.

PS.: Já ia esquecendo de falar que todos os exemplos citados no texto foram retirados de postagens no twitter.


"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes
brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
( Paulo Freire )








quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Patricinha e a Pinica.

           Depois do sucesso do texto dos pintas e dos playboys resolvi falar de outras duas “tribos” que embora muito diferentes, apresentam algumas semelhanças interessantes: A patricinha e a pinica. O principal diferencial entre essas duas tribos é a condição financeira, que faz com que as patricinhas tenham mais condições de se arrumar melhor, de fazer um tratamento de pele, arrumar o cabelo melhor, etc. Porém os costumes são bastante parecidos. Ah...vale salientar que o termo pinica aqui, não está em nenhum momento sendo pejorativo.
            Tentarei expressar essas similaridades.
            As duas tribos vão às festas. As duas tribos têm seus ídolos. As duas tribos querem ficar próximos aos seus ídolos, portanto, as duas tribos ficam no “pé do palco”. Aí vem a primeira questão. Por que quando se trata de uma pinica ficar na frente do palco é brega e quando se trata das patricinhas é moda?
            Cada uma se veste da maneira que o seu financeiro lhe permite. As patricinhas usam roupas bem mais caras, objetivando chamar atenção. O objetivo das pinicas também é o mesmo, porém com roupas menos chiques.
            Na maquiagem eu não vejo muita diferença. Todas são chamativas. Se bem que hoje em dia as patricinhas se maquiam de uma maneira que algumas se tornam irreconhecíveis. Devem aumentar alguns quilos com aqueles pós na cara. Enfim, isso é uma opinião pessoal, pode ser que alguém discorde.
            As duas cantam loucamente a música de seus ídolos. As pinicas amam Amado Batista, Bartô Galeno, Tota Silva. As patricinhas adoram as musicas de Amado Batista, Bartô Galeno e Tota Silva, mas na voz de Wesley Safadão e De Xandy do Avião. As duas dançam swingueira, as patricinhas no carnaval de Caicó, a pinica na barraca do Japonês. Ambas são fãs de Grafith: A patricinha nas formaturas, as pinicas no CDCE e no North Show. As patricinhas amam Sertanejo, no Vyolla. As Pinicas no Quintal II ou Violão de Ouro.
            As duas bebem até cair. As patricinhas tomam Absolut, Skyy, Suco Gummy e Devassa. As pinicas bebem Slova, Natasha, caipirinha e Schin. Quando ficam meladas dão o mesmo trabalho. Choram, vomitam, enfim: coisas naturais de bêbados.
            Para finalizar, uma das principais diferenças entre as tribos (logicamente sem querer generalizar). As pinicas fazem tudo isso com o dinheiro do seu suado emprego. Ralam muito para conseguir extravasar num final de semana, comprar suas roupas, etc. A maioria das patricinhas não trabalham, tem tudo do bom e do melhor sem fazer o menor esforço, por isso muitas vezes não dão valor aos bens adquiridos.
            Como todos sabem a condição financeira segrega pessoas e cria status que são defendidos duramente por parte da galera, que faz questão de “não se misturar” com “essa gente” nem que para isso abra mão de coisas que gostem.
            O bom é curtir com todo mundo, se divertir em qualquer local, até por que estando com uma turma legal a diversão é garantida.
“Normalmente, são tão poucas as diferenças de homem para homem que não há motivo nenhum para sermos vaidosos.”