sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Pinta e o Playboy.

            Não gosto muito do termo “tribo”, porém vou usá-lo hoje para falar sobre duas delas, que inicialmente são bem diferentes, contudo apresentam semelhanças imensas, diferenciado-as na questão do gosto: o pinta e o playboy.
            É muito fácil identificar, em qualquer situação, os dois grupos citados. Cada um apresenta características próprias, como a vestimenta e os atos.
Os pintas usam suas roupas da “ciclone” que tem que ser, de preferência de veludo. O kit básico é um bermudão, camisa solta e uma corrente de prata. O pingente vai mostrar o lado de inclinação do pinta. Pode ser de uma torcida organizada, de um cantor de rap, etc. O Boné também é marca registrada, com a aba dobrada o máximo que conseguir. A marca pode variar: Hang Loose, Billabong, Smolder, Quiksilver, etc.
O playboy tem sua marca registrada também: calça justa (se a situação for casual, usa-se com sandália Havaiana; se for mais arrumado, usa-se com tênis, de preferência da Nike, mas também pode ser Adidas). A camisa também tem que ser coladinha. As marcas preferidas são: Polo Play, Hollister, Abercrombie, etc. O interessante é que tenha algum número. A estampa não interessa desde que tenha em destaque a marca da camisa. O melhor é que ela venha escrita no centro, na parte do peito. Quanto ao boné, os playboy já usaram mais no passado, hoje não usam tanto, mas se usarem os preferidos são os da Adidas.
Cada uma das tribos idolatra um estilo musical: o pinta fica louco quando toca o chamado “reggae das antiga”, com banda mel, banda reflexo, e o grande grafitão. O playboy se agita com Garota Safada e Aviões do Forró.
As danças também os caracterizam: os pintas dançam de uma maneira singular, colocando o pé pra frente e balançando os braços atrás da bunda, como se tivesse abanando-a. Quando o negocio esquenta é formada a linha de batalha, onde uns saem de um lado pra outro dando murro no ar (até que atinja alguém). Os pulos também são características "pintai"s. O playboy dança levantando o copo de bebida, que tem que ser Whisky. As vezes não se satisfazem só com os copos, então levantam os litros da birita também. Uns, mais exaltados, ficam dando pinotes também, parecendo com os pintas já citados.
Tem a hora chata dos dois. A hora das brigas. Pinta e playboy que se preze tem que arrumar confusão. Tem que detonar. Os pintas chegam com seu golpe fatal, a voadora; os playboys chegam no murro. Para começar basta um pequeno esbarrão, ou então alguém olhar para a mulher de um deles.
No agrupamento, os pintas fazem gangs, os playboys fazem equipes: os pintas se intitulam de “TGA Comando Esperança” ou “TMV Passo da Patria”. Os playboys são: “equipe bebo rodado” ou “Equipe Alcoólatras Famosos”, por exemplo.
A localização que ficam dentro de um show também é a mesma: o pé do palco. Antigamente o pé do palco era reduto dos pinta, que tem total direito de tentarem retomar o poder desse espaço. Os plaboys chegaram agora e já se acham dono do território. Mas enfim, o que importa é ta ali perto da banda, pedindo que mande um alô para o seu agrupamento. Quando o alô é individual funciona assim: O nome do pinta vem acompanhado com o prefixo boy. Boy Caveira, Boy Morcego, Boy Doidera, etc. Os playboys tem que ter nome e sobrenome. Para ser playboy a galera tem que saber seu sobrenome: Felipe Flor; Rodrigo Freire, etc. (qualquer semelhança é mera coincidência).
As mulheres dos dois são presença constante: As dos pintas procurando confusão, com as jaquetas dos namorados, e as dos playboys desfilando frescura com seus saltos altos e maquilagens tão fortes que as vezes parecem umas palhaças.
As suas tribos fumam cigarro, as duas tribos fumam maconha. A diferença é que o pinta é “maconheiro vagabundo” e o playboy fuma pra fazer a cabeça.
No fundo o que as duas tribos querem é a atenção da galera. Mostrar para os outros que são escrotos. Bem mais escrotos do que o resto dos normais. Ambas apresentam um uniforme, ambas se posicionam estrategicamente, ambas gostam de uma confusão, ambas curtem um determinado ritmo.
Quando me refiro que a semelhança é muito grande, falo relacionado ao modo de pensar, se é que existe pensamento nesse meio. O que fica explicito é uma guerra de egos em que, o que vale é aparecer bem para a sociedade. E esse “aparecer bem” pode muito bem não estar de acordo com o que é aceito pela própria sociedade, mas sim, de acordo com o que eles pensam que é certo ou errado, o que é escroto ou não, o que o vai deixar popular ou não.
Seguirão assim por muito mais tempo, até ver que vivem num mudo de fantasia e de aparência, num mundo de futilidades no qual não acrescentará nada na sua vida. Torçamos para que o crescimento cronológico venha acompanhado do crescimento mental, que às vezes é atrofiado por esses pensamentos fúteis. Caso isso não ocorra, seremos obrigados a ver por muito tempo ainda a disputa das duas “tribos” pelo espaço tão desejado.

“Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são.”

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Vida de Professor - Parte 2

     Ao ser perguntanda em sala de aula a materia que cairia na disciplina de "Cultura do RN", a amenina responde: - Sei lá, acho que é Grécia.

  

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Velha Infância.

           Do nada me peguei fazendo uma comparação entre a época da minha infância e a de hoje, e vi quanta diferença existe entre elas. O bom é que a nossa foi melhor, com coisas mais interessantes para fazer. Hoje não se tem tantas opções, a maior parte dela está atrelada à informática, o que diminui bastante a criatividade da criança na criação de brinquedos.
            Mas não são só nos brinquedos que éramos melhores. Os programas também. Quem dessa época não parava em frente à TV para assistir o Grande Topo Gigio ou esperava ansiosamente o início dos “Trapalhões”?!
            Os filmes também eram massa. Aguardar 2 sessões na fila para assistir “A Princesa Xuxa Contra o Baixo Astral” ou “O Casamento dos Trapalhões” sem reclamar de nada. Era bom demais. E o mais invocado eram os atores: Corrando, Angelica, os cantores do Dominó, Sergio Malandro, etc.
            Brincar de “Comandos em Ação” e de “Playmobil” não tinha pareia. Pular de “Pogobol” ou jogar “jambol” também não. Ainda tinha a “Ambulância do Doutor Saratudo”... Primeira de luxo.
            Assistir Caverna do Dragão e ficar puto por que os caras nunca conseguiam voltar para casa. Ver os “Ursinho Gammy” “pinotando” depois de tomarem o famoso “Suco de frutas Gummy” (Que hoje virou nome de birita) era bom demais, sem falar dos Smurfs.
            E hoje? O que tem de bom?
            Realmente é complicado. Quem escolhe a grade infantil da TV pensa que nossas crianças são doidas ou lezadas. A ruma de desenhos japoneses que predomina hoje é simplesmente ridículo. Poderes e mais poderes, truques e mais truques, brigas e mais brigas. Influenciam tanto que tem encontro de fãs, cada um fantasiado com seu personagem favorito. Tenho medo é que eles cresçam pensando que têm super poderes de verdade e pulem de um prédio ou coisa parecida.
            As músicas são piores ainda: Lady Gaga, Justin Bieber, etc.  Se for ouvir forró vão aprender a ser raparigueiro e tomar cachaça (Ah, cachaça não, Amarelinho). Se ouvir axé vai aprender a rebolar e a “fugir com a mulher maravilha”.
            Hoje as crianças discutem BBB. Lembro-me que eu para assistir um programa que passava mais tarde tinha que ter a autorização da minha mãe, e olhe que o mesmo não tinha nem 1% da safadeza que tem nos BBB´s da vida. A popularização da MTV faz com que nossas crianças aprendam sobre sexo, no “papo calcinha”. A internet (terra sem leis) da acesso a tudo que se possa imaginar, de bom e de ruim, porém, nesse caso, cabe aos pais a fiscalização. Tem uma ruma de cabra “veio” querendo se aproveitar da inocência de muitos para fazer o que não presta.
            E assim a vida segue. Os mais velhos com saudades da infância, os mais novos aproveitando a sua. O problema é que o futuro da sociedade depende da população mais jovem (óbvio). Me pergunto que sociedade estamos formando? Com que valores e cultura? ...
            Abraço a todos...
                  

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Satisfação.

Pessoal...o blog anda meio desatualizado em virtude do ínicio das aulas. Porém já tenho vários textos em mente que devem sair essa semana. Abraço a todos...até mais.